Olá pessoal !
Estive, mais uma vez, em uma
espécie de recesso compulsório e com isso houve uma parada abrupta nas
postagens aqui no blog. Não é a primeira vez que lido com essa impossibilidade
de publicar mensagens, no entanto existe uma novidade nos motivos.
Se anteriormente faltava, de
minha parte, uma melhor gestão do tempo (devido aos compromissos profissionais
e pessoais) para “peneirar” as notícias e fontes a fim de só postar aquilo que
fosse informação válida para publicar aqui no blog; desta vez o motivo da
interrupção nas postagens foi de ordem mais técnica.
Eu explico.
É que fui hackeado. Isso mesmo ! Fui
hackeado na minha conta de e-mail e aqui no blog também. Não sei com que
interesse nem por quem. Mas é fato que ocorreram as invasões.
Não tenho como mostrar a minha
conta de e-mail para vocês que visitam, mas no que tange ao blog a coisa é
diferente. Tenho como apontar alguns estragos causados por esse hackeamento.
Muitos colegas reclamaram comigo
das dificuldades que enfrentaram ao tentar registrar seus comentários nas
postagens do blog (desanimando muitos, é verdade), sem um motivo aparente
(queda na conexão; travamento do PC e etc). Também informaram que seus antivirus tem acusado a página do blog como portadora de algum código malicioso (malware), coisa que NÃO ocorria antes.
Outro prejuízo
causado foi na contagem de visitas feitas ao blog, para atestar basta que
verifiquem o contador localizado na parte superior direita do blog. Nele está constando
somente o número de visitas que o blog recebeu desde o mês de maio/2013 (data
da última postagem); quando o correto seria apresentar um número de visitações totais
no blog desde quando ele foi criado (um número que está na casa dos oito
milhares e algumas centenas de visitações oficiais), conforme se pode verificar
na postagem comemorativa do dia 29ABR2013 (ùltimo número oficial de contagem).
A mim não causa estranheza a
invasão contra mim ou qualquer outra pessoa (ou instituição) que utilize a web,
seja para oferecer serviço; diversão; instrução; informação ou negócios. No
entanto, vou apresentar duas situações tão reais quanto às invasões que sofri e
que são de causar – no mínimo – estranheza.
Antes de passar aos
acontecimentos gostaria de frisar que não farei identificação de pessoas, locais
físicos ou datas por questões óbvias.
Primeira situação: Um professor
muito atuante na causa da defesa de uma educação pública de qualidade ao ter
contato comigo, recentemente, revelou que não conseguia enviar e-mails quando o
teor da mensagem abordava a temática da educação pública e sua gestão; pois as
mensagens sempre retornavam.
Segunda situação: Professores de
uma unidade da rede estadual foram “orientados” a ter cuidado, (isto mesmo!)
cuidado com aquilo que postavam no facebook (murais e sala de bate-papo), pois
haveria o risco de que tais postagens poderiam engendrar situações com reflexos
na vida profissional do professor(a). É mole ?!!!!
Detalhe, a orientação não partiu
de dentro da escola. No entanto, não tenho como dar certeza se tal orientação é
uma ação oficial ou oficiosa ou ainda se foi um caso de excesso de zelo ou
precaução em demasia.
Certo é que mesmo aqueles
professores que não aderem às paralisações e greves da rede percebem o quanto
que o professorado tem sido desprestigiado pela atual gestão da SEEDUC/RJ, e
esse sentimento de indignação fica em potência até encontrar um canal para ser
extravazado. No caso, essa via foi a rede social facebook e deu no que deu (uma
orientação bem sui generis).
Também é certo que quem escreve
deve estar atento para não dar margem a ataques pessoais, a fim de que seus
argumentos não se percam. E por falar em argumentos que se perdem e em ataques
pessoais, gostaria de abordar outro assunto.
Foi decretada greve geral dos
professores nas redes pública estadual e municipal no último dia 08 de agosto
2013. Sobre a realidade dos colegas da rede municipal sei muito pouco e por
isso não farei comentários; já sobre a rede estadual...
Pessoal, faz tempo (já nas
primeiras assembleias deste ano) que venho pregando a necessidade da decretação
de greve geral na rede. Aliás, eu e um considerável número de professores nas
assembleias anteriores. E sempre fomos derrotados pela argumentação de que não
havia correlação de forças que permitissem entrar em greve geral.
Assim foi o cenário (derrota
daqueles que pediam greve geral) até o fim do primeiro semestre que foi coroado
pela derrota fragorosa que tivemos perante o governo na ALERJ, quando da
votação da proposta de aumento para a classe. Venceu a vergonhosa proposta de
8% do governo. E não podia ser diferente diante da apatia e desmobilização da
classe.
Então, é correto deduzir que : Se
antes não havia correlação de forças (pressão do governo X reação da classe),
depois dessa derrota aí é que não haveria condições tão cedo de uma greve
geral; salvo se ocorresse um fato novo, um dado novo que não tivesse existido
no primeiro semestre e que – por sua simples existência – fosse capaz de
aglutinar e catalisar a mobilização da classe rumo a uma greve geral.
Meus colegas, a verdade é que não
houve dado novo nenhum nesse sentido. Tudo o que está acontecendo no cenário da
rede estadual hoje já acontecia antes (desprestígio; falta de diálogo; imposição;
constrangimento; burocratização; apatia; desmobilização...); inclusive críticas
quanto a condução da coisa pública pelo governador.
Logo, não vejo onde se encaixa o
motivo para uma greve agora, já que não houve – no meu entender – nenhum dado
novo.
Argumentar que depois das grandes
manifestações que varreram o país o único governador que continua sob ataque é
o do RJ, e que por isso devemos entrar em greve é no mínimo um desatino.
Se assim procedermos estaremos
dando o seguinte recado nas entrelinhas, “os problemas da educação pública
estadual serão resolvidos com a saída do governador”. O que sabemos ser uma
inverdade porque o vice é da mesma cartilha.
Também estaremos colaborando para
que – caso sejam confirmados os fortes rumores de que o governador juntamente
com seu partido articula uma renúncia a fim de favorecer a candidatura do seu
vice nas próximas eleições – as coisas saiam exatamente como deveriam sair. Ou
seja, professores sendo massa de manobra nessa grande encenação criada e o que
é tão ruim quanto, estaremos comprando uma "briga" que não é a nossa.
Devemos lembrar que nossa briga é
em defesa da educação pública de qualidade com profissionais bem remunerados e
dispondo de condições materiais e humanas (infraestrutura) para bem desempenhar
suas funções. Qualquer outro foco na briga é desvio e manobra que não interessa
a classe.
Portanto, devemos fazer greve
pelas razões citadas no parágrafo acima e não para derrubar governador. Quem
derruba governador é o povo nas ruas e não uma categoria tão desmobilizada como
está a nossa.
Desculpem mas verdade seja dita, nós
professores já em 2008 - quando o professor Nelson Maculan foi exonerado da
pasta da educação – percebemos que não deveríamos esperar sensibilidade com
nossas demandas. Portanto, se fosse realmente plausível buscar uma renúncia ou
um impeachment do governador deveríamos ter iniciado o processo há alguns anos
atrás. Aliás, naquela época a classe era muito mais mobilizada e articulada que
hoje.
Ainda, o governador já esteve
mais fragilizado no início do ano (época das denúncias sobre envolvimento no
escândalo da Delta Construções) e também nós professores estávamos muito mais
articulados, nem por isso focamos nossa briga em outro ponto. Logo, não há dado
novo e não havendo novidade, percebo que o argumento de greve atende a outro
propósito.
Passando para outro assunto.
Na assembleia (no clube Hebraica)
defendemos que o SEPE estivesse mais
atento às redes sociais (criação de um grupo de trabalho para verificar meios
de capitalizar o potencial dessas redes em prol das causas da classe), visto
que milhares de colegas – apesar de não participarem das assembleias e alguns
mesmo nem fazerem greve – não se furtariam a participar de ato público em
defesa da educação; pois no nosso entender alguns professores (principalmente os
novatos) sentem a pressão por ainda estarem em estágio probatório.
No entanto nada foi movimentado no
sentido de melhor articular esse pessoal insatisfeito que utilizava as redes
sociais como canal de voz, e o resultado foi que algum tempo depois assistimos
as passeatas tomarem as ruas do RJ, em um movimento iniciado via redes sociais
demonstrando quão valiosa e poderosa é essa ferramenta de articulação e
mobilização; mas que não foi explorada por conta de escolhas erradas.
Da mesma forma, considero outro
erro uma greve geral no momento atual e pelas motivações que são sinalizadas;
pois as demandas de sempre são justíssimas; mas se elas foram incapazes de
permitir a deflagração da greve anteriormente, qual fato novo – tão poderoso –
é esse que permitiu somente agora a deflagração da greve geral ?
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