segunda-feira, 12 de agosto de 2013

RETORNANDO AOS POUCOS

Olá pessoal !

Estive, mais uma vez, em uma espécie de recesso compulsório e com isso houve uma parada abrupta nas postagens aqui no blog. Não é a primeira vez que lido com essa impossibilidade de publicar mensagens, no entanto existe uma novidade nos motivos.

Se anteriormente faltava, de minha parte, uma melhor gestão do tempo (devido aos compromissos profissionais e pessoais) para “peneirar” as notícias e fontes a fim de só postar aquilo que fosse informação válida para publicar aqui no blog; desta vez o motivo da interrupção nas postagens foi de ordem mais técnica.

Eu explico.

É que fui hackeado. Isso mesmo ! Fui hackeado na minha conta de e-mail e aqui no blog também. Não sei com que interesse nem por quem. Mas é fato que ocorreram as invasões.

Não tenho como mostrar a minha conta de e-mail para vocês que visitam, mas no que tange ao blog a coisa é diferente. Tenho como apontar alguns estragos causados por esse hackeamento.

Muitos colegas reclamaram comigo das dificuldades que enfrentaram ao tentar registrar seus comentários nas postagens do blog (desanimando muitos, é verdade), sem um motivo aparente (queda na conexão; travamento do PC e etc). Também informaram que seus antivirus tem acusado a página do blog como portadora de algum código malicioso (malware), coisa que NÃO ocorria antes.

Outro prejuízo causado foi na contagem de visitas feitas ao blog, para atestar basta que verifiquem o contador localizado na parte superior direita do blog. Nele está constando somente o número de visitas que o blog recebeu desde o mês de maio/2013 (data da última postagem); quando o correto seria apresentar um número de visitações totais no blog desde quando ele foi criado (um número que está na casa dos oito milhares e algumas centenas de visitações oficiais), conforme se pode verificar na postagem comemorativa do dia 29ABR2013 (ùltimo número oficial de contagem).

A mim não causa estranheza a invasão contra mim ou qualquer outra pessoa (ou instituição) que utilize a web, seja para oferecer serviço; diversão; instrução; informação ou negócios. No entanto, vou apresentar duas situações tão reais quanto às invasões que sofri e que são de causar – no mínimo – estranheza.

Antes de passar aos acontecimentos gostaria de frisar que não farei identificação de pessoas, locais físicos ou datas por questões óbvias.

Primeira situação: Um professor muito atuante na causa da defesa de uma educação pública de qualidade ao ter contato comigo, recentemente, revelou que não conseguia enviar e-mails quando o teor da mensagem abordava a temática da educação pública e sua gestão; pois as mensagens sempre retornavam.

Segunda situação: Professores de uma unidade da rede estadual foram “orientados” a ter cuidado, (isto mesmo!) cuidado com aquilo que postavam no facebook (murais e sala de bate-papo), pois haveria o risco de que tais postagens poderiam engendrar situações com reflexos na vida profissional do professor(a). É mole ?!!!!

Detalhe, a orientação não partiu de dentro da escola. No entanto, não tenho como dar certeza se tal orientação é uma ação oficial ou oficiosa ou ainda se foi um caso de excesso de zelo ou precaução em demasia.

Certo é que mesmo aqueles professores que não aderem às paralisações e greves da rede percebem o quanto que o professorado tem sido desprestigiado pela atual gestão da SEEDUC/RJ, e esse sentimento de indignação fica em potência até encontrar um canal para ser extravazado. No caso, essa via foi a rede social facebook e deu no que deu (uma orientação bem sui generis).

Também é certo que quem escreve deve estar atento para não dar margem a ataques pessoais, a fim de que seus argumentos não se percam. E por falar em argumentos que se perdem e em ataques pessoais, gostaria de abordar outro assunto.



Foi decretada greve geral dos professores nas redes pública estadual e municipal no último dia 08 de agosto 2013. Sobre a realidade dos colegas da rede municipal sei muito pouco e por isso não farei comentários; já sobre a rede estadual...

Pessoal, faz tempo (já nas primeiras assembleias deste ano) que venho pregando a necessidade da decretação de greve geral na rede. Aliás, eu e um considerável número de professores nas assembleias anteriores. E sempre fomos derrotados pela argumentação de que não havia correlação de forças que permitissem entrar em greve geral.

Assim foi o cenário (derrota daqueles que pediam greve geral) até o fim do primeiro semestre que foi coroado pela derrota fragorosa que tivemos perante o governo na ALERJ, quando da votação da proposta de aumento para a classe. Venceu a vergonhosa proposta de 8% do governo. E não podia ser diferente diante da apatia e desmobilização da classe.

Então, é correto deduzir que : Se antes não havia correlação de forças (pressão do governo X reação da classe), depois dessa derrota aí é que não haveria condições tão cedo de uma greve geral; salvo se ocorresse um fato novo, um dado novo que não tivesse existido no primeiro semestre e que – por sua simples existência – fosse capaz de aglutinar e catalisar a mobilização da classe rumo a uma greve geral.

Meus colegas, a verdade é que não houve dado novo nenhum nesse sentido. Tudo o que está acontecendo no cenário da rede estadual hoje já acontecia antes (desprestígio; falta de diálogo; imposição; constrangimento; burocratização; apatia; desmobilização...); inclusive críticas quanto a condução da coisa pública pelo governador.

Logo, não vejo onde se encaixa o motivo para uma greve agora, já que não houve – no meu entender – nenhum dado novo.

Argumentar que depois das grandes manifestações que varreram o país o único governador que continua sob ataque é o do RJ, e que por isso devemos entrar em greve é no mínimo um desatino.

Se assim procedermos estaremos dando o seguinte recado nas entrelinhas, “os problemas da educação pública estadual serão resolvidos com a saída do governador”. O que sabemos ser uma inverdade porque o vice é da mesma cartilha.

Também estaremos colaborando para que – caso sejam confirmados os fortes rumores de que o governador juntamente com seu partido articula uma renúncia a fim de favorecer a candidatura do seu vice nas próximas eleições – as coisas saiam exatamente como deveriam sair. Ou seja, professores sendo massa de manobra nessa grande encenação criada e o que é tão ruim quanto, estaremos comprando uma "briga" que não é a nossa.

Devemos lembrar que nossa briga é em defesa da educação pública de qualidade com profissionais bem remunerados e dispondo de condições materiais e humanas (infraestrutura) para bem desempenhar suas funções. Qualquer outro foco na briga é desvio e manobra que não interessa a classe.

Portanto, devemos fazer greve pelas razões citadas no parágrafo acima e não para derrubar governador. Quem derruba governador é o povo nas ruas e não uma categoria tão desmobilizada como está a nossa.

Desculpem mas verdade seja dita, nós professores já em 2008 - quando o professor Nelson Maculan foi exonerado da pasta da educação – percebemos que não deveríamos esperar sensibilidade com nossas demandas. Portanto, se fosse realmente plausível buscar uma renúncia ou um impeachment do governador deveríamos ter iniciado o processo há alguns anos atrás. Aliás, naquela época a classe era muito mais mobilizada e articulada que hoje.

Ainda, o governador já esteve mais fragilizado no início do ano (época das denúncias sobre envolvimento no escândalo da Delta Construções) e também nós professores estávamos muito mais articulados, nem por isso focamos nossa briga em outro ponto. Logo, não há dado novo e não havendo novidade, percebo que o argumento de greve atende a outro propósito.

Passando para outro assunto.

Na assembleia (no clube Hebraica) defendemos que o SEPE  estivesse mais atento às redes sociais (criação de um grupo de trabalho para verificar meios de capitalizar o potencial dessas redes em prol das causas da classe), visto que milhares de colegas – apesar de não participarem das assembleias e alguns mesmo nem fazerem greve – não se furtariam a participar de ato público em defesa da educação; pois no nosso entender alguns professores (principalmente os novatos) sentem a pressão por ainda estarem em estágio probatório.

No entanto nada foi movimentado no sentido de melhor articular esse pessoal insatisfeito que utilizava as redes sociais como canal de voz, e o resultado foi que algum tempo depois assistimos as passeatas tomarem as ruas do RJ, em um movimento iniciado via redes sociais demonstrando quão valiosa e poderosa é essa ferramenta de articulação e mobilização; mas que não foi explorada por conta de escolhas erradas.

Da mesma forma, considero outro erro uma greve geral no momento atual e pelas motivações que são sinalizadas; pois as demandas de sempre são justíssimas; mas se elas foram incapazes de permitir a deflagração da greve anteriormente, qual fato novo – tão poderoso – é esse que permitiu somente agora a deflagração da greve geral ?

Quem souber que o apresente um comentário abaixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O seu comentário passará pela Moderação e Não esqueça o seu e-mail para contato!