sexta-feira, 13 de setembro de 2013

COM AS PRÓPRIAS PERNAS

Olá pessoal !

Pois bem, a última assembleia dos professores da rede estadual realizada no dia 11/SET/2013, no auditório da ACM conseguiu extrapolar a lotação máxima do recinto, inclusive com considerável número de professores que sequer conseguiu entrar no prédio.

A quase totalidade (99,9..%) da assembleia (exceção de um voto contrário e quatro abstenções) votou pela manutenção da greve, o que confirmou a expectativa de que a greve da rede estadual deve caminhar com as próprias pernas.

Acreditamos que entramos em um ponto de inflexão na relação com a SEEDUC principalmente porque a decisão do STF reforçou o que todo professor (inclusive o não grevista) já sabia, a greve sempre foi legal. Outra coisa que colabora para esse momento (de inflexão) é que o próprio SEPE saiu fortalecido uma vez que a tese da suposta ilegalidade do movimento não foi acolhida no STF.

Caso ocorresse o contrário, pesadas multas cairiam sobre o sindicato dando fôlego à operação posta em prática pela SEEDUC que visa legitimar e reconhecer a UPPES como a única  instituição que representa os interesses dos professores (alguns passos nesse sentido já foram dados na tentativa de sinalizar para os não grevistas que teria sido a UPPES quem convenceu a atual gestão da SEEDUC da necessidade de aumento e de outros benefícios).

Em resumo, SEPE e UPPES “brigam para ter em mãos a carta sindical” [registro oficial junto ao CNES/MTE (cadastro nacional de entidades sindicais do ministério do trabalho e emprego)*.

*Peço desculpas pelas letras minúsculas; mas o sono bate forte.

Retomando, o fortalecimento do movimento pede agora que a pressão sobre a ALERJ se intensifique, principalmente se levarmos em conta que – diferentemente dos homens do executivo – os deputados podem ser reeleitos sequencialmente (quase ad infinitum). Por isso acreditamos que  seja muito pouco provável que os membros da ALERJ queiram arriscar a perda dos benefícios da sua condição parlamentar nas próximas eleições para defender um governo que sofre crescente rejeição da opinião pública (segundo números do IBOPE, 66% desaprovam o governo estadual).

Nossa análise está baseada na autofagia que a própria base do governo põe em prática toda vez que deve decidir (sob pressão da opinião pública) entre os interesses próprios e os do governo que se apaga. Aliás, a última vez que assistimos ao autocanibalismo foi justamente na sessão que aprovou a Lei 2200 (uma matrícula, uma escola); pois naquela sessão a base estava “independente”.

No entanto, no dia seguinte [quando seria votado o índice de reajuste salarial para os docentes] essa independência da base perdeu razão de ser porque não houve  pressão dos professores, in loco, nas galerias e nas escadarias da ALERJ (como ocorrera na sessão do dia anterior). Resultado, 8% e a promessa de que o governador vetaria a lei aprovada no dia anterior.

A lição é a seguinte, não podemos deixar que o episódio se repita; pois o interesse é nosso e somos nós os únicos responsáveis por defender aquilo em que acreditamos. Já temos o amparo legal (decisão do STF) e a força moral (justeza da nossa causa, que é a defesa da educação pública) só resta, então, demonstramos em números nas galerias e escadaria da ALERJ a nossa força.

Finalizando, permanecemos em xeque porque não houve avanço significativo nas negociações com a SEEDUC (por conta do “mantra” da má vontade e das artimanhas e, em parte, por conta da falta de uma maior pressão). Só que agora a conjuntura está muito mais favorável ao professorado que antes [talvez este seja o dado/fato novo que buscávamos. Ou seja, buscávamos no passado aquilo que estava no futuro].

**A primeira imagem é da estação da Sé/SP; pois queríamos dar uma noção do quanto estava lotada a assembleia.

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