Recentemente postei uma proposta
de reflexão sobre a greve iniciada no último dia 08AGO2013, e nela questionava
qual teria sido o estopim deflagrador do movimento (o dado novo).
Quem acompanha o blog sabe que a nossa
posição sempre foi e será em defesa da educação pública de qualidade com
profissionais da educação remunerados de forma justa, e que há tempos o blog vem
apresentando a necessidade de uma postura mais firme do professorado em resposta
a (des)política de educação implementada pelo atual governo e sua gestão na
SEEDUC/RJ. (Leia)
Por isso, na postagem citada no
1º parágrafo de hoje questionava o que teria mudado para que a greve tivesse
sido deflagrada. Pois bem, após alguns contatos feitos com colegas professores
(onde questionávamos o tal fato novo) ouvimos que a assembleia do dia 08AGO2013 teria “atropelado” as pretensões daqueles espíritos
que vinham postergando uma tomada de atitude mais firme por parte do professorado.
Ou seja, venceu a proposta de greve geral e imediata. Coisa que o blog SEMPRE
defendeu e apontou o porquê de tal postura.
No entanto, ouvir dizer (por mais
que tenhamos um imenso respeito, admiração e reconheçamos o compromisso dos
colegas com a causa pela defesa da educação pública de qualidade) não era o
suficiente. Assim decidimos ir à assembleia que havia sido marcada para a quarta-feira,
21AGO2013, para termos uma leitura ainda mais aprimorada dos possíveis rumos do
movimento grevista.
A assembleia do SEPE foi
realizada no Clube Municipal, na Tijuca, e o quantitativo presente lá lembrou
os números do início do semestre (bem acima dos 0,5% alegado pelo secretário estadual
de educação) quando o ânimo do professorado estava mais combativo. No entanto,
estávamos em busca do fato/dado novo, lembram-se dele ?
Pois bem, a primeira leitura
apresenta como dado novo a argumentação de que a greve dos professores da rede
municipal aliada ao momento político ruim do governador teria proporcionado um
novo ânimo na assembleia dos professores da rede estadual. Visto que existem
milhares de professores que atuam em ambas as redes de ensino.
A segunda leitura feita apresenta como dado novo situações
específicas de cada núcleo regional do SEPE que motivaram a ida desses núcleos à assembleia
geral (do dia 08AGO2013) com maiores inclinações para a greve.
Eu explico.
Eu explico.
Sabemos que não é de ontem que a
atual gestão da SEEDUC/RJ vem tomando medidas que visam enquadrar o professor
nos parâmetros da sua (des)política de valorização do profissional da educação
e da sua GIDE. No entanto, quando tais medidas são anunciadas o professorado
parece não perceber quão nocivas elas são para a escola pública, e a coisa acaba
sendo “diluída” em toda a rede pela a "síndrome do não é comigo". (Ler)
A coisa começa mudar de figura
quando aquilo que está disposto nos decretos e orientações da SEEDUC/RJ começa
a ser colocado em prática atingindo diretamente quem tinha uma posição mais cômoda.
Daí então os colegas começam a acordar e perceber o quanto os outros colegas
que já sofriam tais situações (e os colegas que já tinham a percepção) estavam
certos em brigar por melhorias através da greve.
Na assembleia foram coletados
pelo blog vários casos de abusos de diretores contra professores e das metropolitanas
contra escolas que tiveram seus projetos de aprendizagem encerrados; pois a existência
desses projetos enseja uma questão mortal para a GIDE, a autonomia pedagógica
da escola. Cabe lembrar que o trabalho com projetos de aprendizagem não está
focado em índices quantitativos (como a GIDE está) e sim em qualitativos.
Portanto, o aumento no número dos
“casos isolados” atingidos pela (des)política parece ter surtido efeito entre
os professores servindo como uma espécie de choque de realidade para aqueles
que antes não se enxergavam nela.
Cito um exemplo emblemático.
Estamos no 3º bimestre do ano
letivo de 2013, e muitos professores retornaram do recesso tendo que refazer
seus horários; pois tiveram suas turmas otimizadas. Isso mesmo !!! Turmas estão sendo otimizadas em
pleno 3º bimestre !!
Seguindo adiante, se no primeiro
entendimento estão expostos como dado novo o “inferno astral”
político do governador somado a greve de professores da rede municipal, então
estamos mal das pernas.
Eu explico.
Eu explico.
Conforme já havia postado
anteriormente, a saída ou a permanência do governador NÃO é a nossa luta (e ele
já esteve mais “fragilizado politicamente”); bem como cremos que seja temerário e perigoso
que estejamos em greve por "solução osmótica" (greve da rede municipal). Não podemos esquecer que a
realidade da rede municipal é uma e da estadual é outra – apesar dos
professores de ambas as redes buscarem uma educação pública de qualidade.
Portanto, por mais solidários que
sejam os profissionais da rede municipal do RJ, certamente assim que decidirem
pelo fim da greve no município estaremos sozinhos (mais uma vez). Da mesma
forma que ficamos sozinhos durante a nossa greve, em 2011, assim que o
movimento dos bombeiros (movimento que fomos aliados de 1ª hora) se esvaziou. Da
mesma forma a “greve” do pessoal da FAETEC (diga-se de passagem, o pessoal da
FAETEC não é solidário em NADA com os docentes da rede regular) e de todas as
demais categorias que foram as ruas recentemente (2009-2013) em busca de
melhorias para seus trabalhadores. Entretanto, TODAS elas receberam apoio “in
loco” e “in persona” dos professores da rede estadual, através do SEPE.
Vejam bem, todo apoio é, e sempre será, bem vindo; mas é importante que o maior apoio venha dos principais interessados em mudanças.
Vejam bem, todo apoio é, e sempre será, bem vindo; mas é importante que o maior apoio venha dos principais interessados em mudanças.
Ainda, vários colegas já abordaram
essa questão nas conversas feitas nas assembleias e atos públicos realizados
anteriormente. (Ler)
Reiterando (mas esperando estar
errado), se o que estiver prevalecendo for um entusiasmo baseado no “fato novo”
descrito, será preocupante; pois se corre o risco de “faltar fôlego e pernas”
para permanecer na luta.
Continuando, ao pensarmos o segundo entendimento (mais professores percebendo que NÃO estão imunes a (des)política de educação
da atual gestão da SEEDUC/RJ), há nele – mesmo que tardiamente manifestado – a conscientização
que se espera do professorado. Ainda que, inicialmente, a mudança de
posicionamento pareça ser muito mais uma questão de interesse individual do que
coletivo. Mesmo assim, é um tipo de
mobilização que se apoia em “pernas próprias” e não nas de outrem (como o da
primeira leitura/análise).
Finalizando, precisávamos estar
lá na assembleia (Clube Municipal-Tijuca-21AGO2013) para enfim tomar uma
posição.
Então que saibam :
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